PT 27 anos e o III Congresso.
Hoje, 10 de fevereiro de 2007, o PT completa 27 anos de fundacao. Desde o histórico encontro no Colégio Sion, em Sao Paulo em 1980, quando foi aprovado o Manifesto de Lancamento na presenca de figuras importante da história do Brasil.
Costumo resumir essas quase tres décadas de história em tres etapas. Primeiro desde as primeiras movimentacoes para organizar o partido, ainda em 1979 até a primeira campanha de Lula em 1989. Um período de muito trabalho de base, funcionamento organico das instancias, trabalho de formacao política e que culminou com a melhor e memorável campanha presidencial de 1989.
Houve um período de transicao de etapas, que comecou desde entao e se configurou após o 10º Encontro Nacional de 1995, com a eleicao de José Dirceu presidente do PT. Foi um período de transformar o PT de partido de massa em partido eleitoral. Os valores que eram importantes no primeiro período passaram para um segundo plano e a prioridade passou a ser disputar eleicoes em todos os níveis, ampliar aliancas, rebaixar o programa e mudar a imagem para reduzir a regeicao, até a alianca trabalho-capital com o José Alencar e o PL e a Carta aos Brasileiros, que ocuparam um lugar estratégicos para a eleicao de Lula Presidente em 2002.
Logo no governo inicia outra fase, a qual estamos inseridos. Nessa terceira fase história, temos que responder aos desafios de ser governo e a distancia dos valores que era prioridade no início da história do PT, que estao cada vez mais distantes. Sobrevivemos aos ataques da direita sobre a questao moral, perdemos base de apoio e aderimos a uma lógica de campanha permanente, uso do marketing americano (caro e maquiavélico) e a um programa político social-democrático. O partido passou a ter um papel secundário e quando assume o protagonismo é com a funcao de ser escudo para a imagem das figuras públicas.
Esse contexto tem gerado muito debate: Qual o futuro do PT? Deve aprofundar essa lógica, deve voltar as origens ou será capaz de fazer uma síntese histórica e combinar as duas coisas? Qual será o cenário em 2008 e 2010 e como o PT vai interferir nesse cenário?
Sobre esses temas foi convocado o III Congresso Nacional do PT, que comeca exatamente hoje, na cidade de Salvador Bahia. Esse evento tem um sentido festivo e místico, mas também histórico e de reflexao.
O PT comeca uma nova experiencia de governo, num estado importante do país, muito diferente do Rio Grande do Sul de 1998/2002. A vitória do PT para o governo da Bahia em 2006 significou a derrota simbólica do “Carlismo”, que veio acompanhada agora do fim do PFL (que mudou de nome). A baía de Salvador foi a porta de entrada dos portugueses ao Brasil em 1500, um fato que simbolizou mais de cinco séculos de colonizacao, dominacao, dependencia e exclusao da maioría do nosso povo. O PT surgiu em 10 de fevereiro de 1980 para resgatar os excluídos dessa história e escrever uma outra história.
A luta nao será menos difícil daqui para frente, mas que a Bahia de todos os Santos, de todos os Orixás, de todos os Deus, de todas as culturas, iluminem o PT e facam uma fusao com a racionalidade política, para um novo período histórico.
José Roberto Paludo
Membro do Diretório Nacional
Hoje, 10 de fevereiro de 2007, o PT completa 27 anos de fundacao. Desde o histórico encontro no Colégio Sion, em Sao Paulo em 1980, quando foi aprovado o Manifesto de Lancamento na presenca de figuras importante da história do Brasil.
Costumo resumir essas quase tres décadas de história em tres etapas. Primeiro desde as primeiras movimentacoes para organizar o partido, ainda em 1979 até a primeira campanha de Lula em 1989. Um período de muito trabalho de base, funcionamento organico das instancias, trabalho de formacao política e que culminou com a melhor e memorável campanha presidencial de 1989.
Houve um período de transicao de etapas, que comecou desde entao e se configurou após o 10º Encontro Nacional de 1995, com a eleicao de José Dirceu presidente do PT. Foi um período de transformar o PT de partido de massa em partido eleitoral. Os valores que eram importantes no primeiro período passaram para um segundo plano e a prioridade passou a ser disputar eleicoes em todos os níveis, ampliar aliancas, rebaixar o programa e mudar a imagem para reduzir a regeicao, até a alianca trabalho-capital com o José Alencar e o PL e a Carta aos Brasileiros, que ocuparam um lugar estratégicos para a eleicao de Lula Presidente em 2002.
Logo no governo inicia outra fase, a qual estamos inseridos. Nessa terceira fase história, temos que responder aos desafios de ser governo e a distancia dos valores que era prioridade no início da história do PT, que estao cada vez mais distantes. Sobrevivemos aos ataques da direita sobre a questao moral, perdemos base de apoio e aderimos a uma lógica de campanha permanente, uso do marketing americano (caro e maquiavélico) e a um programa político social-democrático. O partido passou a ter um papel secundário e quando assume o protagonismo é com a funcao de ser escudo para a imagem das figuras públicas.
Esse contexto tem gerado muito debate: Qual o futuro do PT? Deve aprofundar essa lógica, deve voltar as origens ou será capaz de fazer uma síntese histórica e combinar as duas coisas? Qual será o cenário em 2008 e 2010 e como o PT vai interferir nesse cenário?
Sobre esses temas foi convocado o III Congresso Nacional do PT, que comeca exatamente hoje, na cidade de Salvador Bahia. Esse evento tem um sentido festivo e místico, mas também histórico e de reflexao.
O PT comeca uma nova experiencia de governo, num estado importante do país, muito diferente do Rio Grande do Sul de 1998/2002. A vitória do PT para o governo da Bahia em 2006 significou a derrota simbólica do “Carlismo”, que veio acompanhada agora do fim do PFL (que mudou de nome). A baía de Salvador foi a porta de entrada dos portugueses ao Brasil em 1500, um fato que simbolizou mais de cinco séculos de colonizacao, dominacao, dependencia e exclusao da maioría do nosso povo. O PT surgiu em 10 de fevereiro de 1980 para resgatar os excluídos dessa história e escrever uma outra história.
A luta nao será menos difícil daqui para frente, mas que a Bahia de todos os Santos, de todos os Orixás, de todos os Deus, de todas as culturas, iluminem o PT e facam uma fusao com a racionalidade política, para um novo período histórico.
José Roberto Paludo
Membro do Diretório Nacional
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