sábado, 19 de maio de 2007

Teologia da Libertação já foi além da Igreja Católica, diz Boff


Teologia da Libertação já foi além da Igreja Católica, diz Boff


( 09 de maio de 2007)


por: Denize Bacoccina e Gary Duffy
De Brasília e São Paulo


O teólogo Leonardo Boff diz que doutrina ganhou cunho próprio e hoje éuma 'teologia ecumênica'

Um dos nomes mais importantes da Teologia da Libertação nos anos 60 e70, o ex-frei franciscano Leonardo Boff disse em entrevista à BBC quea teologia vive, mas não é tão visível como antes, "porque antes ela era polêmica, e hoje ela é fundamentalmente uma teologia ecumênica, não é só católica".


"A Teologia da Libertação e a temática da Libertação não dependem maisda Igreja, ganham curso próprio. É uma temática que inspira as pessoaseticamente a lutar contra as injustiças, lutar contra as opressões e buscar alternativas para uma sociedade que não produza tantadesigualdade e tanto sofrimento", afirmou o teólogo.


Segundo Boff, a Teologia da Libertação, que defende um maiorengajamento da igreja na sociedade e contra as desigualdades sociais, "é levada adiante pelos grupos bíblicos, dos quais há mais de 500 milno Brasil, e mais de 80 comunidades de base".


Boff ironizou a declaração do arcebispo de São Paulo, dom Odilo Scherer, que há duas semanas disse que a Teologia da Libertação "já passou"."Dom Odilo deveria ganhar o Prêmio Nobel de Economia. Porque nãoexistem mais pobres, não existem mais miseráveis, não existem maisfamintos neste mundo."O papel da Teologia da Libertação na sociedade brasileira continua, na avaliação dele, inclusive porque vários membros do governo e o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva foram influenciados por ela."Há vários ministros do governo Lula que são filhos da Teologia da Libertação. O próprio Lula diz: eu, como cristão, sou da igreja daLibertação. Há dois ou três governadores que são filhos da Teologia daLibertação", disse Boff.


Leonardo Boff afirmou que que as igrejas "que levam a sério a opção pelos pobres" têm a Teologia da Libertação como referência."Agora, há igrejas que são alienadas, que não escutam o grito dooprimido, e por isso elas têm pouco a dizer a Deus, e acham que aTeologia da Libertação morreu."

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