
Toma posse hoje, o Presidente do Paraguai eleito em 20 de abril, Fernando Lugo.
Lugo concorreu pela Alianza Patriótica para el Cambio (APC), formada pelo Partido Liberal, social-democratas e pelo movimento Tekojoja (“igualdade” na língua guarani) e derrotou 61 anos de domínio do Partido Colorado.
A posse será prestigiada pela maioria dos chefes de Estado da América Latina. O Presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, fará questão de destacar sua ausência e o Presidente da Venezuela, Hugo Chaves, buscará roubar a cena. Será uma fotografia política da América Latina atual: uma polarização de direita e esquerda (Uribe e Chaves) e uma política discreta e pragmática de Lula.
Alguns desafios desenhados para a futura gestão do Paraguai podem ser sintetizados em três áreas: economia, cultura política e relação externa.
Na economia o país é extremamente dependente: importa manufaturas da China distribui para os países visinhos sem impostos; exporta soja, mas a maioria das terras são propriedades de brasileiros e argentinos; e produz energia elétrica nas usinas de Itaipu e Yaciretá. Conseqüências de dois fatos históricos: a Guerra da Tríplice Aliança (1864/70) e controle dos negócios do Estado através do governo de um único partido.
Fernando Lugo terá como desafios: fazer a reforma agrária para distribuir renda e superar a pobreza e a desigualdade; renegociar a venda de energia para investir em políticas sociais e infra-estrutura pública; e buscar desenvolver a indústria nacional.
O segundo desafio dependerá da liderança do novo Presidente para evitar confrontos com a grande mídia e superar dois traumas: os paraguaios não podem queixar-se eternamente pela injustiça da Guerra, mas levantar a cabeça e pensar no futuro; e deixar de esperar algum favor do governo. A mudança cultural será uma tarefa difícil e de longo prazo.
A relação externa dependerá da habilidade de negociação com o Brasil e Argentina sobre o tema da energia, ser discreto em relação ao assédio de Chaves para evitar um isolamento no cone-sul e buscar aliados para impedir qualquer tentativa de golpe dos Colorados ou disfarçados.
O Presidente Lula participa da posse, mas já vem atuando discretamente para influenciar o novo governo do Paraguai, para tanto escalou seu amigo Frei Beto para acompanhar o processo. Beto é admirado pelas lideranças e respeitado por Lugo pela relação com a Teologia da Libertação.
José Roberto Paludo
Lugo concorreu pela Alianza Patriótica para el Cambio (APC), formada pelo Partido Liberal, social-democratas e pelo movimento Tekojoja (“igualdade” na língua guarani) e derrotou 61 anos de domínio do Partido Colorado.
A posse será prestigiada pela maioria dos chefes de Estado da América Latina. O Presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, fará questão de destacar sua ausência e o Presidente da Venezuela, Hugo Chaves, buscará roubar a cena. Será uma fotografia política da América Latina atual: uma polarização de direita e esquerda (Uribe e Chaves) e uma política discreta e pragmática de Lula.
Alguns desafios desenhados para a futura gestão do Paraguai podem ser sintetizados em três áreas: economia, cultura política e relação externa.
Na economia o país é extremamente dependente: importa manufaturas da China distribui para os países visinhos sem impostos; exporta soja, mas a maioria das terras são propriedades de brasileiros e argentinos; e produz energia elétrica nas usinas de Itaipu e Yaciretá. Conseqüências de dois fatos históricos: a Guerra da Tríplice Aliança (1864/70) e controle dos negócios do Estado através do governo de um único partido.
Fernando Lugo terá como desafios: fazer a reforma agrária para distribuir renda e superar a pobreza e a desigualdade; renegociar a venda de energia para investir em políticas sociais e infra-estrutura pública; e buscar desenvolver a indústria nacional.
O segundo desafio dependerá da liderança do novo Presidente para evitar confrontos com a grande mídia e superar dois traumas: os paraguaios não podem queixar-se eternamente pela injustiça da Guerra, mas levantar a cabeça e pensar no futuro; e deixar de esperar algum favor do governo. A mudança cultural será uma tarefa difícil e de longo prazo.
A relação externa dependerá da habilidade de negociação com o Brasil e Argentina sobre o tema da energia, ser discreto em relação ao assédio de Chaves para evitar um isolamento no cone-sul e buscar aliados para impedir qualquer tentativa de golpe dos Colorados ou disfarçados.
O Presidente Lula participa da posse, mas já vem atuando discretamente para influenciar o novo governo do Paraguai, para tanto escalou seu amigo Frei Beto para acompanhar o processo. Beto é admirado pelas lideranças e respeitado por Lugo pela relação com a Teologia da Libertação.
José Roberto Paludo